Uma ação policial desastrosa quase terminou com um inocente morto – e os autores do assalto soltos. Um empresário de 42 anos que ajudava as vítimas levou três tiros de um sargento da Polícia Militar, que contribuiu, ao atingir o inocente, com a fuga dos criminosos. O caso ocorreu na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, no dia 1º deste mês.

Segundo o jornal Extra, o empresário estava em seu carro, um veículo Gol, no bairro Praia Campista, quando testemunhou duas mulheres sendo assaltadas por dois homens que estavam em uma moto.

O empresário começou, então, a perseguir os criminosos com seu carro, quando foi surpreendido por tiros efetuados por um policial militar. Os disparos atingiram a nuca do empresário de raspão, as costas e o braço. Além disso, os vidros do veículo, bancos e retrovisor foram danificados.

O sargento do BPRv (Batalhão de Polícia Rodoviária) da PM fluminense teria confundido o empresário com um dos criminosos, já que o veículo dele estava correndo atrás da moto. Enquanto isso, os criminosos fugiram do local. A vítima foi socorrida ao Hospital Público Municipal de Macaé, onde foi atendida e liberada.

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Ao Extra, sem se identificar por medo de retaliações, o empresário disse que defende a polícia, mas que o agente errou na abordagem. “Eu sou e sempre fui um grande defensor da polícia. Acho que a sociedade precisa apoiar as pessoas que arriscam a vida para nós proteger. Mas se ele errou, tem que pagar. Ele poderia ter matado um inocente”, disse.

Versão do militar

Em sua versão, o sargento disse que atirou para não ser atropelado. Na delegacia, o militar afirmou que estava na viatura atendendo outra ocorrência, quando foi informado que um Gol havia sido roubado na região e estava fugindo na direção dos policiais.

Ainda segundo a versão do militar, ele viu o carro vindo em sua direção em alta velocidade e determinou que o motorista parasse. O condutor, no entanto, teria desobedecido a ordem e, para não ser atropelado, o PM se jogou para trás e efetuou cinco disparos em direção ao carro.

O caso foi registrado como “Fato Atípico”, quando não há, na interpretação do delegado, o cometimento de um crime. O empresário e o PM foram ouvidos e liberados. Agora, o caso será investigado para apuração da conduta do policial e da versão da vítima sobre o fato.