O Ministério da Economia divulgou, na última sexta-feira (3), a famosa “lista suja”, que mostra empregadores que submeteram funcionários a trabalhos análogos à escravidão. Minas Gerais é um dos principais estados com trabalho escravo. No Estado, 42 empresas fazem parte da lista. 

A lista de 2019 contava com 35 empregadores mineiros que mantinham funcionários em uma espécie de trabalho escravo moderno. Com a atualização deste ano, o número saltou para 42. Para entrar na lista, os empregadores têm que ter os processos finalizados e julgados procedentes administrativamente.

No total, a lista deste ano conta com 16 páginas e 184 empregadores, de todo o Brasil. Segundo o Ministério da Economia, o trabalho escravo, na definição atual, são atividades consideradas degradantes do ponto de vista da saúde física e mental do trabalhador. Trabalho forçado por causa de dívida e jornada exaustiva, sem folga, também entram na classificação.

Em Belo Horizonte, uma lanchonete entrou na lista em 2017, com oito funcionários envolvidos. Em Ibirité, na região metropolitana, um empregador está na lista desde 2019 pelo trabalho escravo de uma pessoa. Já em Contagem, também na grande BH, uma empresa de transportes entrou em 2018 com cinco funcionários.

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A maioria dos trabalhadores em serviços análogos à escravidão estão no interior de Minas, no agronegócio. 

Como funciona

A “lista suja” foi criada pelo Governo Federal em novembro de 2003, como uma ferramenta de transparência sobre a inspeção do trabalho. Antes de entrar na lista, os empregadores têm o direito de se defender em duas instâncias administrativas.

Os empregadores que são condenados ficam na lista por anos. Caso um acordo seja feito com o governo, o nome aparece em uma “lista de observação” e pode sair após um ano, caso os compromissos sejam cumpridos.