Vinte e cinco produtores de queijo de São João Batista do Glória, Delfinópolis, São Roque de Minas, Bambuí, Vargem Bonita, Piumhi, Medeiros e Tapiraí participam do 1º Festival do Queijo Minas Artesanal, tradicional produto do estado. O evento, que será realizado de 28 a 30 de julho, na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, vai reunir produtores das sete regiões com certificação de origem: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro, que são destaques nesse segmento da economia.

 

O evento também terá um festival gastronômico com chefs renomados, que vão apresentar pratos especiais à base de queijo. Os visitantes também poderão harmonizar os queijos com azeites, cervejas e vinhos mineiros. Ainda dentro da programação do evento, estão cursos, palestras e degustações, além do Espaço Kids. O 1º Festival do Queijo Minas Artesanal é uma realização do Sistema Faemg e do Sebrae.

 

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De acordo com a analista técnica do Sebrae Regional Sul, Fabiana Rodrigues Rocha, o Sebrae por ser parceiro dos produtores de queijo está viabilizando a participação cedendo dois ônibus. “Um com ponto de partida em São João Batista do Glória e outro em São Roque de Minas. Vimos como importante pela troca de experiências com os produtores das outras seis regiões do estado que também participam com os seus queijos que tem suas peculiaridades regionais”, disse Fabiana.

 

A escolha do Melhor Queijo do Festival acontece no dia 29 de julho, sábado a partir das 14h por meio de votação do público e no dia 30, domingo a partir das 12h acontece a premiação dos ganhadores.

 

A expectativa dos produtores é grande. De acordo com o gerente executivo da Aprocan (Associação dos Produtores de Queijo Canastra), Paulo Henrique de Marcos Almeida, de São Roque de Minas a feira é um espaço importante para o produtor, uma vez que pode expor seus produtos, vender, fazer novos negócios e conhecer a cultura queijeira de outras regiões do Estado.

 

“Estamos indo em 25 produtores, vou citar alguns aqui, os de São Roque são: Ivair Oliveira e sua esposa Maria Lúcia Oliveira, Julia Vitória, Guilherme Ferreira, Miguel Marcélio e eu. De Delfinópolis vai Arnaldo Adams, de Tapiraí Márcia Carvalho. De Medeiros estão indo Reginaldo Miranda e Geraldo Martins. Ezequiel Anterio, de Bambuí. Sérgio Alves, de Piumhi e Guilherme Starling, de São João Batista do Glória”, disse Almeida.

 

“Vai ser uma excelente oportunidade do público degustar e conhecer as variedades de queijos produzidos na Canastra. A Aprocan tem entre todas as suas propostas, representar o produtor e proteger sua produção”, afirmou o gerente.

 

Sobre as especificidades que tornam o queijo canastra especial, a Aprocan aponta o tipo de pastagem, o gado, o relevo, o clima e a pureza da água, tudo isso dão identidade ao queijo produzido na serra. A todas essas características damos o nome de terroir da Região do Queijo da Canastra.

 

França

Alguns produtores mineiros, que vão participar do Festival,  ganharam no final de junho, uma medalha superouro, sete de prata e três de bronze no Salão Internacional do Queijo da França, onde concorreram com mais de 700 produtos de 20 países. O produtor Guilherme Ferreira, de São Roque de Minas, proprietário da Estância Capim Canastra, que dá nome ao queijo de sua produção, conta que o festival é uma vitrine para os produtores de queijos.

 

“Vamos expor e vender. Temos parceria importante com o Sebrae, que é, digamos, um pai pra nós. A Estância Capim Canastra trabalha com o queijo tradicional de 1 kg, com produção diária girando em torno de 27 peças. Nós trabalhamos em cinco pessoas, eu, minha esposa Daniele Polli e três funcionários. O leite é do gado Caracu, o que dá uma textura diferenciada ao nosso queijo. Talvez por ser um leite mais gordo, isso amanteiga o produto. E com certeza a participação em festivais traz maior visibilidade aos nossos queijos”, disse Ferreira.

 

O Capim Canastra foi vencedor do prêmio na França em 2015. Ferreira lembra que a jornalista Débora Pereira levou oito queijos e os inscreveu no festival francês. “Confesso que foi um susto saber que ganhamos uma premiação. Fomos medalha de prata. Isso claro, foi maravilhoso. E saímos de um queijo que era vendido a R$ 35 o quilo para R$ 70 atualmente. Aumenta a procura, aumenta a venda, aumenta a responsabilidade também”, salientou.