A Organização Mundial da Saúde (OMS) já reconhece o vício em videogame como um dos problemas de saúde mental listados na nova Classificação Internacional de Doenças (CID).  A dependência de jogos eletrônicos é considerada um padrão de comportamento persistente ou recorrente, que pode ser tão grave a ponto de se tornar prioridade diante de outras atividades do cotidiano. Além disso, a OMS alerta que o uso abusivo de internet, computadores, smartphones e outros aparelhos eletrônicos, além do descontrole no uso de videogames, aumentou nas últimas décadas e esse crescimento veio associado a casos documentados de consequências negativas para a saúde.

Ansiedade, estresse e depressão são alguns transtornos apontados por médicos. “O uso abusivo e excessivo permanente de aparelhos eletrônicos é um vício como qualquer outro, causa dependência. Se essa vontade de usar os aparelhos for contrariada, a pessoa pode entrar em pânico, com crises de abstinência, ansiedade estresse e até depressão”, explica o psiquiatra Paulo Repsold.

De acordo com o médico, o maior problema é que as pessoas viciadas nos videogames, smartphones, computadores e em outros aparelhos eletrônicos não percebem que estão dependentes dos aparelhos.

“As pessoas têm resistência, não procuram ajuda médica. Não se enxergam doentes, dão outros motivos para a ansiedade, mas tudo se resume a dependência desses aparelhos e as consequências para a saúde: ansiedade, depressão, estresse, problemas de relacionamento, conflitos familiares, baixa produtividade na escola, baixa produtividade no emprego e até mesmo demissão” alerta o especialista.

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Segundo a empresa que monitora o setor de games e mídia interativa, Superdata, em 2017 a indústria de games arrecadou 108 bilhões de dólares em todo o mundo. Quase 40% dessas vendas foram no leste da Ásia, especialmente na China e na Coreia do Sul. Outros mercados importantes incluem os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha e o Brasil.

Para prevenir este tipo de vício, os pais devem controlar o tempo em que os filhos utilizam o videogame, o celular, o computador e outros aparelhos eletrônicos. As pessoas que gostam de usar esses aparelhos também devem se policiar para não deixar de realizar outras atividades importantes no dia a dia.