Uma operadora de caixa tomou um susto ao descobrir que uma broca foi esquecida dentro de seu corpo após uma cirurgia no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo Karine Fernandes, a operação foi realizada para colocação de pinos no cotovelo depois que ela sofreu um acidente de moto. Porém, como ainda sentia muitas dores, foi a outro médico e descobriu a existência do objeto, que tem cerca de 5 centímetros.

Em nota, o Hugo informou que não havia necessidade de retirar a broca porque ela "não comprometia a função" do membro e poderia ser extraída posteriormente, junto com os pinos, depois da consolidação da fratura.

Karine conta que sofreu o acidente no início do mês de junho, em Água Limpa, no sul de Goiás, onde mora. No dia seguinte, foi encaminhada a Goiânia e ficou internada por dez dias até ser operada. Dois dias depois, recebeu alta e voltou para casa.

Ocorre que ela seguia sentindo dores no pós-operatório e tinha dificuldades até mesmo para conseguir fazer as sessões de fisioterapia.

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“Achava que era normal porque a gente não tem conhecimento sobre isso. Mostrava as coisas para o médico e ele nunca falou nada. Então eu pensava que era normal”, lembra.

Há cerca de uma semana, ela notou que um corpo estranho e pontiagudo havia aparecido em seu braço. Intrigada, ela resolveu procurar outro médico, em Caldas Novas, também na região sul do estado, e descobriu o problema por meio de um raio X.

“No mesmo dia eu fui no médico a noite e ele falou para mim que era mesmo um resíduo de cirurgia e perguntou se eu queria tirar. Eu falei: ‘Quero tirar’. Estava incomodando e doendo, quero tirar. Ele tirou e era uma broca”, recorda.

Agora, a família pretende entrar na Justiça contra o Hugo. O marido de Karine, Gean Aurélio, que também é seu advogado, disse que trata-se de um caso claro de negligência.

"Negligência e imprudência. A gente vai mover uma ação contra o estado porque tanto o hospital quanto o estado têm que ser responsabilizado e indenizar ela quanto um erro médico tão grosseiro desse”, afirma.

 

Nota do Hugo

O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informa que, conforme protocolo médico, em episódios de rompimento de materiais sintéticos durante cirurgia, eles são retirados somente quando apresentam risco para o paciente. No caso de Karine Fernandes Ferreira da Silva, não houve necessidade de retirar o fragmento do insumo utilizado, pois ele não comprometia a função do cotovelo e seria retirado juntamente com o pino de fixação, após a consolidação da fratura e se estivesse causando transtorno funcional.