Show pirotécnico, espetáculo de luzes, cores e sons no Mineirão. A final da Copa do Brasil na noite desta quarta-feira (27), coroou, em grande estilo, o campeão de 2017. O Cruzeiro mereceu. Saiu da fila, voltou a conquistar a Copa do Brasil após 14 anos, e explodiu o Mineirão de felicidade. Belo Horizonte se coloriu de azul e branco, em uma noite que o silêncio também tinha cor: as do Flamengo.

Placar zerado no tempo normal, 0 a 0, e decisão nos pênaltis. Brilharam, principalmente, Fábio e Thiago Neves. O goleiro, carrasco dos destaques adversários, parou dessa vez Diego, o grande "bam bam bam" rubro-negro. E o camisa 30 fechou a conta nas penalidades. 

Como sina do novo Mineirão, mais uma decisão foi marcada por pênaltis, como em 2013, 2014 e 2016, contando jogos de Libertadores e Copa do Mundo. Placar dos penais: 5 a 3 para o Cruzeiro, que volta à Copa Libertadores em 2018, após dois anos longe da competição continental. 

Cobranças de pênaltis

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Henrique converteu a primeira para o Cruzeiro, mas Guerrero empatou. Léo colocou a Raposa na frente na segunda cobrança. Também zagueiro, o rubro-negro Juan igualou. Hudson levantou os cruzeirenses com mais um gol na terceira rodada penal. Por ele, Fábio, a criação divina a vestir amarelo, defendeu o pênalti de Diego, o destaque flamenguista. Diogo Barbosa colocou os celestes na frente. Explosão no Mineirão. Mas os cariocas ganharam um alento com o gol de Trauco. Coube a ele, Thiago Neves, dar números finais ao drama penal.

O jogo 

O drama foi a tônica de um jogo que teve de tudo, dentro e fora de campo. No gramado, o garoto Raniel, uma das apostas promissoras do Cruzeiro, deixou o campo com muitas lágrimas nos olhos. O relógio sequer marcava cinco minutos e, por causa de uma lesão muscular, o jogador foi substituído. Logo ele, que traz consigo uma história de vida de muita superação. Impedido de brilhar por uma questão física.

Enquanto o jovem cruzeirense é um exemplo de vida, lamentavelmente a final da Copa do Brasil registrou um óbito. Fora do estádio um homem, até então torcedor do Flamengo, de 40 anos, faleceu antes do apito inicial do árbitro, vítima de um mal súbito. 

A torcida de ambas as equipes seguiam no ritmo da partida, que, quando tensa no gramado, passava tal sensação às arquibancadas. Se a situação melhorava, fosse para a Raposa ou para o Rubro-Negro, os torcedores se incendiavam. 

O Mineirão se pintou de azul e branco com a maioria de cruzeirenses, mas teve um pedacinho colorido de preto e vermelho pela boa presença dos visitantes, que encheram o espaço reservado a eles.

No primeiro tempo, marcado pela tensão, ambas as equipes tiveram chances de tirar o zero do marcador. O perigoso atacante Paolo Guerrero, em cobrança de falta, assustou os cruzeirenses quando a bola "beijou o travessão" de Fábio. 

O domínio da partida até os 15 minutos iniciais fugiu a regra. O Flamengo era quem tinha mais posse de bola, impressionantes 80%. O Cruzeiro tinha dificuldade de sair jogando, muito pelo posicionamento defensivo do adversário. E, também, pela saída prematura de Raniel do gramado. 

Apesar disso, o Cruzeiro teve boas chances. Arrascaeta e Thiago Neves desperdiçaram, juntos, pelo menos três oportunidades. O uruguaio, então, a melhor delas, após belo passe de Hudson para o meio da área. 

Ao fim do primeiro tempo, o meia Thiago Neves comentou sobre a saída de Raniel logo no começo da partida. "O Arrascaeta entrou bem, treinamos desse jeito também. (A respeito do Raniel) Vamos ser campeões para ele", prometia ali uma promessa que cumpriria. 

E o segundo tempo do jogo, como a maioria das grandes finais, também seguiu a cartilha da tensão,da apreensão e do sofrimento. o goleiro Fábio foi exigido, principalmente por Guerrero, um perigo que trajava preto e vermelho. Enquanto isso, Thiago Neves tentava orquestrar as jogadas ofensivas celestes.

Mas a noite, pelo menos no tempo normal, não foi dos atacantes. Pênaltis para deixar a final ainda mais tensa. 

CRUZEIRO 0 (5)X 0 (3) FLAMENGO

Motivo: Jogo de volta da final da Copa do Brasil
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira (Fifa-SP)
Auxiliares:Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP).
Gol: Não houve 
Cartões Amarelos: Ezequiel, Hudson (CRU); Pará, Paolo Guerrero (FLA)
Público: 56.467 pagantes / 61.017 presentes. 
Renda: R$ 7.897.058

CRUZEIRO - Fábio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson, Robinho (Rafinha) e Thiago Neves; Alisson (Élber) e Raniel (Arrascaeta). Técnico: Mano Menezes.

FLAMENGO - Muralha; Pará, Réver, Juan e Trauco; Cuellar, Willian Arão, Diego e Berrío (Rodinei);  Everton (Lucas Paquetá) e Paolo Guerrero. Técnico: Reinaldo Rueda. 

 

Fonte: Hoje em Dia