Bandidos armados com fuzis sequestraram um médico e uma ambulância para socorrer um criminoso ferido, na Maré, Zona Norte do Rio, na madrugada de domingo (15). Depois de trocarem tiros com policiais militares que faziam uma blitz na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, os bandidos foram até uma das Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré pedir socorro, mas a unidade não atende feridos a bala.
Em depoimento à polícia, o médico sequestrado contou que, por volta das 2h deste domingo, foi acionado para socorrer um homem na UPA da Maré. Ele afirma que, chegando ao local, se deparou com cerca de 50 homens armados com fuzis.

Os bandidos sequestraram o médico e a ambulância e ainda roubaram uniformes dos funcionários. Cerca de quatro horas depois, os criminosos voltaram à unidade, liberaram o médico e devolveram a ambulância.
No tiroteio, um policial militar foi ferido e levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, onde seguia internado na manhã desta segunda-feira (16). Durante a fuga, os criminosos deixaram cair um fuzil, que foi apreendido pela polícia. A arma tinha as iniciais de um dos chefes do tráfico de drogas no complexo da Maré. Ninguém foi preso.
Durante a manhã desta segunda (16), a polícia tentava identificar o local para onde a ambulância foi levada. O delegado já tem suspeitas de qual grupo o criminoso atendido pertence.

“Tinha um fuzil com a inscrição TH, então achamos que pode ser alguém da quadrilha do TH. Esse bandido ferido, com um tiro de fuzil no braço esquerdo, foi levado pra dentro da UPA, mas lá não atende ferido a bala. Então depois ele foi levado para outro local”, afirmou o delegado titular da 21ª DP, Wellington Vieira.
Ainda segundo o delegado, o supervisor da empresa terceirizada responsável pela ambulância pode ser indiciado por fraude processual. Segundo o delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso), o veículo foi lavado após a ação, o que dificulta o trabalho da polícia.
“A ambulância foi lavada antes da perícia. Segundo o supervisor do motorista da ambulância, isso é um protocolo para todas as ambulâncias que ficam sujas de sangue. “É até justificável, mas é difícil. Isso atrapalha. Ele pode ser indiciado por fraude processual”, afirmou Vieira.
Para o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Jorge Darze, o caso é muito grave. “Essas unidades públicas estão trabalhando com extrema precariedade. Esse é um dos casos mais graves de violência”, afirmou Darze.

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