O nível da Represa de Furnas tem preocupado moradores e comerciantes do Sul de Minas. Após um verão em que choveu menos do que era previsto inicialmente, o lago está com 63% da capacidade máxima, mas pode começar a baixar com a chegada do outono.

 

“A gente está um pouco abaixo. A cota atual é de 760 [metros], o ideal seria de 762 metros em relação ao nível do mar”, explica o Clibson Alves dos Santos, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas (CBH Furnas).

 

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A estiagem afetou o nível do lago por pelo menos três anos. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 2012, o nível do resevatório estava em 63%. Em 2013, ele caiu para 57%. Em 2014, 26%. O lago chegou ao seu nível crítico em 2015, quando ficou com apenas 24% da capacidade total.

 

A recuperação veio no ano passado com o aumento da chuva, principalmente no verão. O nível do lago subiu e atingiu os 63%.

 

“Essas chuvas agem no sentido de começar a reequilibrar o sistema hídrico da região, mas elas não são o suficiente para que possa ter uma acumulação ideal do lago”, disse Santos.

 

Mas o verão deste ano não colaborou com o reservatório. Segundo os meteorologistas, choveu 422 milímetros, quando o esperado era 691, uma queda de 39%. Com a chegada do Outono, que é um período mais seco, volta a preocupação com o nível do lago.

 

“Muita gente investiu em função da represa, e todo esse investimento hoje, a gente quase está parado. Todo mundo que investiu, perdeu dinheiro”, disse o professor Luiz Gratieri.