O Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) declarou a Folia de Reis como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. O título foi concedido durante reunião realizada na Casa Fiat de Cultura, no Circuito Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na tarde desta sexta-feira. A tradicional festa mineira se junta a outros três bens já registrados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

Em comemoração, alguns grupos vão se concentrar no fim da tarde no Museu Mineiro, na Avenida João Pinheiro. De lá, vão seguir em direção a Praça da Liberdade, onde vão mostrar a alegria e cultura aos visitantes. 

Presépios garantem título de patrimônio cultural para Folia de Reis em Minas
Pesquisa realizada pelo Iepha, mostra que grupos de 285 municípios foram cadastrados, o que abrange os 17 territórios estaduais demarcados pela atual gestão. As folias existem em Minas desde os tempos coloniais, encontrando terreno fértil primeiro nas fazendas, depois no meio urbano, sempre no período natalino. “É fundamental a presença de um presépio para que essa manifestação cultural”, afirma Michele Arroyo, presidente do Iepha, destacando que a condição de patrimônio imaterial vai criar um diálogo maior com as comunidades, de forma a verificar as necessidades de cada uma, que podem ser de recursos, de roupas, instrumentos ou transporte. 

De acordo com o levantamento, que durou aproximadamente um ano, são 50 tipos de devoção. Uberaba, no Triângulo Mineiro, é o que mais possui grupos cadastrados. Em seguida, vem João Pinheiro, na Região Noroeste do Estado, com 34. Dos 1.255 grupos que realizaram o cadastro, 883 se declararam devotos aos Santos Reis, 255 a São Sebastião, 193 ao Menino Jesus e 130 ao Divino Espírito Santo, segundo o Iepha.

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Além das Folias de Minas, outros três bens culturais já foram reconhecidos como patrimônio imaterial do Estado. Em 2004, foi o Modo Artesanal de Fazer o Queijo da Região do Serro. Em seguida, em 2013, foi a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte, que ganhou o reconhecimento. Por último, a Comunidade dos Arturos recebeu o título em 2014.