Apoiados pelo discurso do presidente Bolsonaro, diversos manifestantes fizeram uma carreata, nessa sexta-feira (27), em Belo Horizonte contra as medidas de isolamento social para prevenção do coronavírus. Com o lema “O Brasil não pode parar”, os participantes se reuniram na porta da PBH, na avenida Afonso Pena.

No entanto, a Guarda Municipal informa por meio de nota que multou 50 veículos que estiveram no ato, por desacordo com as leis. “A Prefeitura esclarece ainda que o mesmo procedimento será adotado em movimentos que descumprirem a legislação”, acrescenta.

Em Belo Horizonte, está proibida a “realização de atividades com potencial de aglomeração de pessoas”, pelo decreto 17.304, do prefeito Alexandre Kalil, de 18 de março. O texto dá atenção especial para o fechamento de estabelecimentos comerciais, como shopping centers, academias, bares e restaurantes.

As demandas do movimento

Segundo um dos representantes do movimento em BH, o ex-candidato a deputado estadual Júlio Hubner (PSL), o movimento é de pessoas que “não aguentam mais ficar em casa”. Ele afirma que os efeitos do isolamento para a economia são muito piores do que os causados pela Covid-19.

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“Esse vírus que está proporcionando uma paralisação geral, a sonhada greve geral da esquerda, com a desculpa de ser uma pandemia”, opina em vídeo publicado nas redes sociais.

O deputado demonstra revolta com as multas recebidas e culpa o prefeito Alexandre Kalil. “Não mande seus paus mandados. Quer multar? Aparece lá e multa você mesmo! Eu quero ver se você é homem para isso”, desafia.

Pedido de ajuda e ‘desobediência civil’

Pelas redes sociais tem sido divulgado um financiamento coletivo atribuído ao ativista Júlio Hubner. Com o objetivo de levantar uma “Ajuda aos manifestantes multados por Kalil”, a vaquinha tem a meta de arrecadar R$ 25 mil. Até o fechamento dessa reportagem, o financiamento havia recebido somente uma doação, no valor de R$ 50.

Hubner também ressalta que as carreatas irão se repetir ao longo do fim de semana e pede o fim do decreto de Kalil. “Porque o brasileiro não quer ficar em casa. O brasileiro quer, e o belo-horizontino quer trabalhar e não vai mais ficar em casa. Daqui pra frente vai ser desobediência civil”, conclui.